segunda-feira, março 19, 2007

Meus Sabores de infância (primeira parte)

Cresci praticamente na vila madalena, e também em casas, como uma criança em que a mãe trabalha passava muito tempo na casa da meus avós.

Me lembro da minha tia Cleide almoçando comigo no colo, ela vinha do serviço para almoçar em casa, acho que era as vezes, e todos já havíamos almoçado, e na vez dela a inda tinha que me aturar. Que ela fazia com maestria.

Me lembro do meu primo Mauro indo lá também para almoçar e nos almoçávamos junto um prato de arroz feijão um bife e ovo frito assistindo Batmam e comendo Deitado e meu avô falava que aquilo fazia mau.

Minha avó algumas vezes temperava o meu feijão com óleo e vinagre, para tirar do que se diz trivial, quando eu falava que não queria comer.

Essa minha tia Cleide ia ao Bazar 13, as sextas-feiras e quase sempre comprava um saco de batatas Fritas ou bolinhas de queijo com amendoim.

Meu avô esse tinha um gosto muito especial, era um remédio a base de alho, homeopático que ele dava para tudo você caia, tomava, você tinha dor de estomago tomava, virou o pé tomava também. Tenho quase certeza que eu gosto tanto de alho, hoje pele fator de acostumar com o gosto.

Mas os sabores de infância mesmo são das vizinhas da minha avó, um almoço que se bicava aqui um jantar ali, era uma coisa de louco.

Vou começar pelos doces que eu não sou muito fã, mas estes tinham sabor especial, era um bolo que uma vizinha que já se mudara no final da infância e começo de adolescência que era um bolo bem doce um toque, acho, que de baunilha ou algo parecido só que me lembro deste bolo é que inicio da receita era bater muita manteiga com açúcar, bastante também.

Ai tinha Dona Tereza, era um senhora Japonesa e viúva que fazia umas verduras acredito eu que eram refogadas no shoyu era um gosto que eu acreditava que só na cozinha dela poderia haver.

Dona Ilda, sempre tinha, uma bolacha um docinho um agrado para criança e fora de hora era o máximo.

Na casa do meu amigo João Carlos Tinha a Terezinha uma tia dele que cozinhava também maravilhosamente e lá eu me lembro de um prato que era uma lingüiça assada bem apimentada com bastante cebola pimentão e ovos cozidos.

Essas senhoras tinham que se atravessar a Rua Girassol e era uma do lado da outra do mesmo lado da casa do meus avôs, tinha dona Elza senhora viúva um pouco mais jovens que as demãos com 4 filhos e 1 filha, que regulavam de idade com os meus primos e tios mas que sua mãe Dona Maria, vinha de tempos em tempos para ficar lá ai era outros sabores.

Dona Maria fazia pão em casa e isso era algo de alquimista para uma criança, fazer pão bolacha e bala em casa, meio mágico.

Outra coisa que me lembro dela fazer era um pão de torresmo que ela sempre chegava com ele bem quentinho na hora do café na cozinha da minha avó.

Dona Maria fazia também mas para o meu avô um arroz com repolho, bem apimentado que era um sonho também escrevendo aqui estou com o paladar dele em minha boca que enche d´água.

Todas essas comidas doces fazem parte de uma infância, que eu acho que não há mais entre as pessoas. Pois se me lembro dos sabores, era porque essas senhoras eram recorrentes na minha vida não só na casa de meus avôs eu passei a infância, destas famílias também.
E palavras que pregam tanto cidadania, ajudar ao próximo, comunidade estava toda lá. Eram pessoas que estavam lá comigo, dando bronca, ou eu e os filhos delas pulando nos muros delas para catar bola quebrando plantas para pegar balões.